segunda-feira, 27 de agosto de 2007

O HAITI NA CAIXA CULTURAL: PRAÇA DA SÉ, SÃO PAULO, DIA 01 DE SETEMBRO




O HAITI, CORAÇÃO DAS AMÉRICAS

O Haiti, sua cultura e história marcam presença no coração de São Paulo, na Caixa Cultural da Praça da Sé, haverá palestras, exposição de fotos, artesanato e apresentação de dança folclórica haitiana e de grupos de hip-hop brasileiros abertos a todo o público.

A programação:

Dia 01 de setembro, a partir das 10 da manhã:

exposição de artesanato, arte e cotidiano haitianos no térreo

A partir das 14 horas

Palestras com integrantes do Comitê Pró-Haiti no auditório da Caixa Cultural:

Solidariedade Internacional e o trabalho do Comitê
(apresentação da fotógrafa e jornalista Brígida Rodrigues)

Diáspora Haitiana e Situação Atual
(apresentação da radialista e pesquisadora Paula Skromov)

Haiti: cultura e identidade
(apresentação do educador haitiano Firto Regis)

e a partir das 16h30

Dança folclórica haitiana pelo grupo AfroDance, usando o atabaque como instrumento principal.

Hip-hop solidário: os grupos da zona sul de São Paulo Confrontations e Lado Obscuro mostram suas canções e falam sobre a periferia de lá e daqui.

NÃO PERCA!!

CAIXA CULTURAL
PRAÇA DA SÉ, 111

terça-feira, 7 de agosto de 2007

CINEMA HAITIANO CRESCE APESAR DA CRISE


Até em tempos difíceis, os haitianos não deixam de assistir aos filmes nacionais. E agora também produzem filmes em cifras surpreendentes para os padrões locais: são aproximadamente dez longas-metragens por ano. Quem poderia imaginar que um terço da Ilha Espanhola, a primeira terra das Américas a ser descoberta por Cristóvão Colombo, rivalizaria com Cuba em produção cinematográfica caribenha? E, não raro, as películas haitianas permanecem em cartaz mais tempo que as produções estrangeiras, cujo financiamento é infinitamente maior.

Os dados soam ainda mais espantosos se se tomar em contar que o Haiti – e seus cerca de oito milhões de habitantes – é o país mais empobrecido do continente, onde mais da metade da população vive abaixo da linha da pobreza. Além da difícil situação humana e econômica, o Haiti tem uma política instável e, mesmo assim, converteu-se em uma meca do cinema caribenho, cujo modelo de produção segue a linha da Índia e da Nigéria, países de grande produção e bilheteria, e dá nome ao fenômeno “Haitiwood”.

Enquanto a economia e a indústria locais estão perdidas no esquecimento e esmagadas pelo capital multinacional, o setor de entretenimento vive seu auge: impulsionado pelos baixos custos de produção e pelo apetite dos haitianos em assistir a histórias que reflitam sua realidade e que sejam faladas em sua língua, o creole haitiano. “Os filmes estão se convertendo na forma artística mais popular do Haiti, depois da música”, disse Arnold Antonin, presidente da Associação de Cineastas Haitianos.

Calcula-se que a produção cinematográfica do Haiti tenha crescido 300% nos últimos cinco anos, incluindo a divulgação e distribuição de filmes em DVD amplamente consumidos pelos imigrantes haitianos residentes nos Estados Unidos.

O primeiro filme haitiano rodado em creole estreou em 1980, em plena ditadura dos Duvalier – que devastaram de vez o país com perseguições políticas, torturas, prisões e saque dos fundos públicos. Intitulado Anita, foi uma realização de Rassoul Labuchin sobre uma menina do campo que se torna empregada de uma família rica.

No entanto, o Haiti não tem uma comissão cinematográfica que possa financiar a produção local. Ainda assim, as filmagens continuam, enfrentando as dificuldades de infra-estrutura do país que só viu sua situação piorar com as intervenções militares estrangeiras.

“Apesar de todo o caos político e os problemas econômicos, o cinema haitiano segue crescendo”, afirma Richard Senecal, diretor de cinema, cuja última produção Cousins, 2006, participou de vários festivais internacionais de cinema.

A chegada de câmeras digitais abriu ainda mais as portas para uma nova geração de cineastas haitianos, reduzindo os custos sensivelmente e promovendo financiamento direto de patrocinadores locais que recebem parte da bilheteria.
Ainda que careçam de excelência técnica, os filmes haitianos exploram temas sociais de grande importância para o país. Um exemplo foi o enorme sucesso que obteve o filme El presidente tiene sida, de 2005, que tratou da dolorosa marca que o vírus imprimiu na sociedade haitiana, enquanto Cousins analisou o tema da prostituição.

Também há inúmeras histórias inspiradas em amores e que se assemelham às telenovelas. Os haitianos respondem a essa onda gastando 100 gourdes (cerca de 2,70 dólares por entrada, mais do que o dobro do que a maioria da população ganha por dia) para entrar nas mal conservadas salas de cinema da capital Porto Príncipe e de outras localidades. Sobre a precariedade de todo este panorama, Antonin alerta: “A menos que comecemos a fazer melhores filmes, com mais técnica, a indústria cinematográfica haitiana pode morrer no útero”. E acrescenta: “Temos o talento, só nos faltam as ferramentas”.

(Fonte: AP, foto: Cartaz do filme Haiti, mon amour, mon rêve)

Mais informações: www.univision.com.

Tradução: Paula Skromov.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Haiti: Privatização de empresas públicas no centro do debate





A administração do Presidente René García Préval e a do primeiro ministro Jacques-Édouard Aléxis tem tomado recentemente algumas decisões que parecem indicar uma mudança decisiva ou, ao menos, importantes reorientações no que se refere à sua política geral, como, por exemplo, a privatização de certas empresas públicas.
As prioridades do atual governo haitiano têm se articulado em torno das grandes questões da vida nacional? A luta contra a insegurança, a droga e a corrupção, a privatização das empresas estatais,passando pela reforma do Estado, a revisão da atual Constituição, a criação de riquezas e infra-estruturas, a estabilização no quadro macroeconômico e a atração de investimento.
O projeto de privatização de empresa públicas por meio de sua modernização, que o atual governo anunciou no sábado, 23 de junho de 2007, perfila-se como nova prioridade. A privatização das empresas públicas contribuiria para “fazê-las rentáveis e competitivas” , segundo manifestou o chefe de Estado René Préval. Mas a que preço e em proveito de quem? se perguntam muitos analistas. Esse processo de privatização originou uma onda de revogações (de mais de mil empregadas e empregados) na Campanha Nacional de Telecomunicações (Teleco), a primeira empresa pública que tem sido objeto dessa medida governamental. Também tem provocado intensos debates, reações hostis e ainda tensões no seio da sociedade haitiana.
A luta contra a insegurança, a corrupção e a droga: a primeira prioridade.


Durante os primeiros seis meses deste ano, a Polícia nacional do Haiti (PNH) e os capacetes azuis da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (MINUSTAH) têm realizado várias intervenções fortes nos bairros considerados perigosos em Porto Príncipe , a capital haitiana, e em outras cidades como Gonaives ( localizada a 171 quilômetros ao norte de Porto Príncipe) para neutralizar os bandidos. Como resultado, a criminalidade generalizada baixou uns 70%, segundo o balanço comunicado em 11 de junho passado pelo primeiro ministro haitiano, na Câmara dos Deputados. Desde então as operações conjuntas, que têm levado a cabo as duas principais forças de segurança no país , têm se dirigido muito mais contra os traficantes de droga, com o apoio da agência americana de luta contra o narcotráfico (Drug enforcement agency, Dea). Tem se implantado importantes quantidades de buscas em toda a extensão do território haitiano, supostos narcotraficantes muito conhecidos estão sendo procurados e, segundo recentes declarações do presidente Préval numa coletiva de imprensa no Palácio Nacional, “serão presos”. O combate contra os bandidos armados, os narcotraficantes e a corrupção têm contribuído para criar um clima de segurança “relativo” no país, já que alguns casos de seqüestros, homicídios e violência contra cidadãs e cidadãos continuam sendo registrados. Esses dados resultam positivos em matéria de segurança e o atual governo parece recobrar a confiança em si mesmo, assim como a da população e da comunidade internacional, de tal modo que agora se está reivindicando outras prioridades relacionadas diretamente ao desenvolvimento socioeconômico do país que, assegura Préval, tem sido “contrariado” pela in segurança, a droga e a corrupção.
A PRIVATIZAÇÃO DAS EMPRESAS
No sábado de 23 de junho , o presidente haitiano notificou a opinião pública a sua decisão de privatizar, ou melhor dizendo, “modernizar” as empresas públicas com o objetivo de torná-las rentáveis e mais competitivas. A Teleco foi mencionada como a primeira empresa pública que entraria neste processo doloroso tanto para os empregados que já foram demitidos como para os outros que esperam a sua vez.
Desde finais de junho de 2007 até agora alguns rumores que circulam através do país tem feito crer que outras empresas públicas, como a Oficina Nacional de Seguro de Aposentadoria ( em francês Office National d’Assurance-vieilles se, ONA), a Autoridade Portuária Nacinal ( em francês Autorité Portuaire Nationale, APN), Eletricidade do Haiti (em francês, Életricité d’Haïti, EDH), terão o mesmo destino da Teleco.

AS REAÇÕES CONTRA A PRIVATIZAÇÃO
Este anúncio tem provocado a contrariedade e a fúria de empregadas e em pregados da Teleco, da mesma maneira que tem suscitado muitas críticas de parte dos especialistas, representantes de partidos políticos e movimentos sociais.
Alguns apontam a falta de transparência do atual governo que não consultou os setores importantes da vida nacional antes de tomar essa decisão que ameaça afetar consideravelmente o país. Outros condenam as demissões que se fizeram de uma maneira que julgam “”abrupta e precipitada” e que, de um dia para outro, mandam para o desemprego todos esses empregados considerados como “sobras” na empresa nacional de telecomunicações. Outros sinalizam as conseqüências desastrosas que trará a dita decisão governamental para o Estado, “que se tornará ainda mais debilitado”, e para a população, “cujos salários e poder de compra já são pequenos e cujo acesso aos serviços sociais básicos muito limitados”.
A opinião comum, que diferentes setores do país compartilham cada vez mais, tende a considerar a onda de privatização tão anunciada das empresas públicas como parte da aplicação, pelo atual governo, do plano econômico (o neoliberalismo) que a comunidade internacional, principalmente as instituições financeiras internacionais tais como o Banco Mundial (BM) e o Fundo Monetário Internacional (FMI), quer impor ao país sem tomar em conta as necessidades reais (a pobreza, a desigualdade de salários, o desemprego etc.) e o bem-estar da população.

RUMO A UMA NOVA ORIENTAÇÃO ECONÔMICA E IDEOLÓGICA DO GOVERNO HAITIANO?


Se bem que o atual governo tenha insistido na necessidade de atrair investimentos buscando criar um clima de segurança no país e oferecendo um quadro macroeconômico estável (estabilidade da taxa de juros, luta contra a inflação, a fraude e a evasão fiscal etc.) nunca foi questão privatizar as emprsas públicas vendendo-as a investidores privados, ou confiando a gestão delas ou criando uma parceria público-privado para administrá-las. Ao contrário, em seu programa geral, o governo se propôs como objetivo organizar ereformar o Estado, o que se supunha que ia reforçar o Estado em suas engrenagens administrativas, n gestão de seus bens, de suas empresas e dos serviços que oferece.
Cabe perguntar-se se a administração de René Préval e de Jacques-Édouard Aléxis está mudando sua política geral, está redefinindo- a ou se se trata de dar-lhe outro conteúdo. A única coisa que fica clara é que várias famílias haitianas, provenientes de camadas populares e da classe média, começam a ser vítimas desta mudança no nível da política do atual governo. Mais de uma pessoa estima que a sociedade haitiana, mais especificamente as famílias pobres e economicamente vulneráveis, não serão nem consultadas, nem tomadas em conta n adoção dessas novas medidas econômicas, através das quais a administração de Préval/Aléxis está afirmando claramente que pertence (por opção própria, pela necessidade ou por imposição?) mais à ideologia neoliberal do que à linha socialista dos governos esquerdistas da América Latina.


Wooldy Edson Louidor
Alterpresse
http://www.rebelion .org/noticia.

"AJUDA" PARCA DO BID CHEGA AO HAITI E AMÉRICA LATINA...

Centro Cultural do BID anuncia apoio a projetos de desenvolvimento cultural na América Latina e no Caribe


Financiamento aprovado para 40 projetos em 25 países em 2007
O Centro Cultural do Banco Interamericano de Desenvolvimento anunciou hoje a seleção de 40 projetos de desenvolvimento de pequena escala em 25 países da América Latina e do Caribe. Os projetos receberão apoio financeiro parcial num valor entre US$3.000 e US$7.000.
As concessões deste ano mantiveram-se em sintonia com a iniciativa Oportunidades para a Maioria lançada pelo presidente do BID, Luis Alberto Moreno. Foi dada preferência, portanto, a projetos que enfatizassem o papel de povos indígenas, mulheres, jovens, fortalecimento de comunidades, preservação do patrimônio cultural e educação criativa para o desenvolvimento por meio da cultura.
O programa do Centro Cultural do BID promove o desenvolvimento cultural da comunidade financiando projetos inovadores na América Latina e no Caribe para capacitação técnica em restauração de tradições, preservação do patrimônio cultural e educação da juventude.
Levando em consideração a necessidade e a diversidade dessas disciplinas culturais, os projetos são avaliados quanto à sua viabilidade, abrangência educacional, uso eficaz de recursos, capacidade de mobilizar fontes adicionais de financiamento e impacto de longo prazo sobre uma grande parte da comunidade.
As Representações do BID nos países promovem o programa e selecionam as melhores propostas para análise final pelo Comitê de Seleção do Centro Cultural do BID. Em 2007, 685 propostas de projetos foram recebidas, 245 foram pré-selecionadas pelas Representações nos países e o Comitê aprovou concessões para 40 projetos de 25 países.
Como parceiros nos projetos, o Centro Cultural do BID e as Representações nos países trabalham juntos para supervisionar, monitorar e orientar as instituições responsáveis pelos projetos, a fim de alcançar os melhores resultados. Segue-se uma lista dos projetos por país, com o nome das instituições que receberão apoio financeiro em 2007:


Argentina
Circo Social de La Boca.
Associação Mútua Catalinas Sur/Grupo de Teatro Catalinas Sur
Nossa Música.
Comissão Municipal de Cusi Cusi, Jujuy.
Bahamas
Banda musical de jovens e jovens adultos.
Conselho de Jovens de Saint Matthews.
Belize
Empresa de costura e bordados mestiço–maia.
Grupo cultural de dança Yo Creek.
Bolívia
Sala de apresentação da história boliviana.
Museu Nacional de Etnografia e Folclore.
Brasil
Valorização da cultura indígena no nordeste do Pará.
Instituto Agroecológico da Amazônia.
Mulheres de Tancredo no Rio Grande do Sul.
Associação Cultural GEMA do Brasil.
Chile
Museu Infantil, sala de arqueologia e astronomia.
Corporação Privada para a Popularização da Ciência e da Tecnologia.
Identidade cultural e medicina tradicional mapuche.
Prefeitura de San Juan de la Costa, Osorno.
Identidade cultural e ourivesaria mapuche.
Conselho Mapuche de Cerro Navia, Santiago.
Colômbia
PezcaArte em Puerto Colombia, Departamento do Atlântico.
Corporação Ambiental Cultural PezcaArte.
Artesanato em bambu e balcões coloniais em Popayán.
Fundação Aurelio Mosquera Caicedo.
Costa Rica
Serigrafia em Barrios del Sur, San José.
Centro de Educação Vecinos.
República Dominicana
Brigadas infantis para a promoção cultural.
Sociedade para o Desenvolvimento da Comunidade de Gualey - SODECOGUA.
Equador
Brinquemos no Parque: recuperação da flora e fauna andinas, Parque Itchimbía de Quito.
Consórcio Municipal de Gestão Ambiental.
"Kamak Maki”, identidade cultural quíchua, Província de Tena.
UVIA – Unidade Virtual Ibero-americana.
El Salvador
Turismo cultural na Cidade da Alegria, Departamento de Usulután.
FUNDE – Fundo Nacional para o Desenvolvimento.
Guatemala
Cerâmica maia.
SODEVIP – Sociedade Civil para o Desenvolvimento da Moradia Popular da Guatemala.
Reconstrução do Templo del Calvario no Município de Santa Cruz Verapaz.
Comitê pela Melhoria do Templo.
Guiana
Revitalização da música como uma arte.
Sindicato dos Professores da Guiana, Divisão Norte.
Haiti
Formação em técnicas de artesanato em Campo Perrin.
Organização pela Renovação do Sul do Haiti.
Proteção do patrimônio cultural.
Cooperativa pela restauração ambiental.
Honduras
Patrimônio cultural de Trujillo.
Instituto Hondurenho de Antropologia e História.
Jamaica
“Crianças do Amanhã” – Centro para as Artes e Parque das Esculturas.
Universidade de Tecnologia.
Estabelecimento de um centro cultural e de um museu no Distrito de Resource, Manchester.
Universidade do Norte do Caribe / Associação dos Cidadãos de Resource.
México
Recuperação das tradições indígenas de Puebla.
Centro Educacional Ixtlioyollotl.
Desenvolvimento da comunicação comunitária.
Rede de comunicadores Boca de Polen.
Nicarágua
Fusão de artes visuais.
Fundação "Casa de los Tres Mundos", Granada.
Panamá
Conservação e promoção da arte rupestre.
Parceria estratégica para a conservação e promoção do turismo histórico e cultural –
Universidade de Santa María La Antigua–Universidade Autônoma de Chiriquí.
Paraguai
Museu Maestro Fermín López.
Prefeitura de Villarrica del Espíritu Santo.
Peru
Pastas educativas.
Museu Nacional de Arqueologia, Antropologia e História do Peru.
Cerâmica artesanal em Abancay.
Petroglifos de Huancor, Alto Larán, Chincha.
Governo Provincial de Chincha.
Suriname
Aquisição de violões clássicos.
Fundação Guitarinstenkring do Suriname - SGS.
Livre como um pássaro.
Fundação de Arte para a Educação em Belas Artes do Suriname.
Trinidad e Tobago
Música para a proteção da natureza.
Rede Greenlight.
MusicNova.
Fundação para o Conhecimento Musical, The University of the West Indies.
Uruguai
Consolidação do centro cultural para a infância "Papagayo Azul" no Teatro Astral de Montevidéu.
Papagayo Azul.
Venezuela
Brinquemos no teatro.
Associação Grupo de Teatro Colibri.



Para mais informações:
Pode-se entrar em contato com Elba Agusti: elbaa@iadb.org
Link
Centro Cultural do BID
Contato de imprensa
Christina MacCulloch
christinam@iadb. org
(202) 623-1718

segunda-feira, 16 de julho de 2007

PUERTO PRÍNCIPE MIO




Documentário cubano sobre a realidade do Haiti


Nas palavras do realizador Rigoberto López Pego: “a realização de Puerto Príncipe Mio foi uma experiência singular e humana muito intensa e singular, para mim transcendente!” em declaração ao jornal cubano Granma.

O documentário realizado em 2000, visita o espaço urbano devastado de Porto Príncipe, capital do Haiti, e o riquíssimo legado cultural do Caribe, as matrizes culturais que unem a África às Américas. Falado em creole, língua haitiana que nasceu da fusão de línguas africanas como bantu, ioruba, entre outras com o francês, espanhol e inglês.

Puerto Príncipe Mio revela ao longo de seus 57 minutos uma cidade caótica, empobrecida ao extremo e que devora a si mesma, incluindo o meio-ambiente que a cerca, tamanha miséria de recursos. O filme só aprofundou a ligação do cubano com o Haiti, terra conhecida por relatos históricos e narrativas de escritores como o cubano Alejo Carpentier e o poeta Nicolas Guillen.

Nesse filme ficam claras as possibilidades do gênero documental dentro do conceito de mostrar ao mundo, de servir a um propósito maior e instigar perguntas. Não importa se o formato é vídeo ou celulóide, a realidade e a complexidade da vida haitiana transbordam os limites da palavra em uma história real bem contada.

Mas Rigoberto quer mais... agora prepara um projeto para rodar um longa-metragem de ficção no Haiti sobre um dos líderes populares haitianos: Henri Christophe. Em entrevista ao jornal cubano La Jiribilla, Rigoberto fala sobre o líder: “El Fantasma de Henri Christophe terá filmado em formato digital e terá como cenários as cidades de Citadelle e Sans Souci, fortaleza erguida por Christophe para que o povo haitiano nunca voltasse à escravidão e defendesse a sociedade tão sonhada contra invasões dos conquistadores!”.

Rigoberto López transita solenemente no mosaico cultural caribenho, por isso é possível entender, ainda que haja uma distância geográfica e por vezes cultural, a dimensão da tragédia humana que se instaurou no Haiti desde seu nascimento como nação: aliás a primeira nação negra livre do mundo e segundo país de toda a América a se livrar do poderio colonial em 1804 na revolução popular mais importante, e tão injustamente desconhecida, de todo Caribe e América Latina.

Como cineasta, Rigoberto sempre esteve ligado aos direitos humanos. Aliás é dele também o principal projeto de cinema da região: a Mostra Itinerante de Cinema e Vídeo do Caribe com apoio do ICAIC – Instituto Cubano de Artes e Indústria Cinematográficas – e Unesco.

Cuba e Haiti têm muito em comum, além de estarem próximos os países sofrem históricos embargos econômicos, o que parece inspirar ainda mais o diretor que declarou ao La Jiribilla: “Sinto que entre Cuba e Haiti, há uma espécie de alma compartilhada, a inspiração de um canto com duas vozes”.

Carta ao Povo do Haiti




“Nenhum povo pode ser livre se oprime outro povo.”


Mais uma vez, o Haiti está sendo ocupado, agora, por tropas latino-americanas. São países oprimidos oprimindo um povo ainda mais oprimido.

Debaixo do falso manto da defesa da democracia, impõe-se a opressão, a exploração, a miséria, manchando o solo de vosso país com sangue de vosasa gente.

Na realidade, uma intervenção que fere a soberania de vosso povo, permitindo ao imperialismo explorá-lo ainda mais e transformar o território haitiano em uma plataforma de exportação dos produtos das empresas multinacionais.

O governo brasileiro de LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA detém o comando das tropas militares neste território, cumprindo assim um nefasto papel de agente do imperialismo opressor. Os trabalhadores e o povo brasileiro não respondem por este crime.

Ao contrário, ao heróico povo haitiano, que protagonizou a primeira e única revolução de escravos vitoriosa, a primeira nação a conquistar a independência na América Latina, que com bravura enfrentou tantas ditaduras em sua História e que acolheu Simon Bolívar fortalecendo seus ideais de liberdade, queremos dizer que:

Estaremos juntos na luta pela desocupação do vosso território e seremos mais que solidários, pois somos parte de uma mesma luta.
Embora à distância, travamos uma única batalha contra a colonização
imperialista. Acreditamos, como Sandino, que Liberdade não se pede, se conquista...

Nós, que assinamos esta carta, estamos no teatro de operações, somos parte
deste cenário. Partilhamos as angústias e os sofrimentos do vosso povo e também nos somamos na trincheira da resistência, da busca da autodeterminação de nossos povos.

Sonhamos o mesmo sonho de liberdade. A vossa luta é a nossa luta, a vossa vitória é a nossa vitória, a liberdade de um povo é motivo de júbilo em toda a humanidade.


Pela imediata retirada das tropas brasileiras e de outros países do Haiti.
Pela autodeterminação do povo haitiano


(redigida pelo ConLutas)

terça-feira, 10 de julho de 2007

Dados da invasão militar do Haiti

1.Estão acampados no Haiti, desde julho de 2004, nada menos do que 9.500 soldados, oriundos de 35 paises de todo mundo.

2.Destes a maior força é do BRASIL com 1.600 soldados. O exercito brasileiro está instalado nas antigas dependencias da Universidade Publica do Haiti, e por isso o numero de estudantes e de aulas, se reduziu a um terço de antes da ocupação, pois os soldados ocupam nstalações, predios, campos, etc

3. O estado maior das forças de ocupação é dirigido por 24 comandantes, coordenados por um general brasileiro. E dos 24, um é brasileiro, um uruguai e os outros 22 são todos de forças de invasão de paises do hemisferio norte.

4. O custo das tropas no haiti é de 500 milhões de dolares por ano.

5. Não há nenhuma obra social ou de infraestrutura economica sendo desenvolvida por eles.

6. Há muitas denuncias de abusos de soldados, de prepotencia, de abuso sexual, já que nenhuma lei do Haiti afeta as tropas de ocupação.

7. Por outro lado, estão no país, em revezamento, desde 2001, mais de 800 médicos cubanos, trabalhando de forma solidária, nos bairros populares e no interior do pais, dando atençao medica ao povo do Haiti.

Fonte: Jubileu sur/ escritorio em Port-Principe julho 07