quinta-feira, 17 de maio de 2007

"Perdão" de uma dívida mais do que paga...

A presença de quadrilhas que estupram e seqüestram haitianos e lutam contra os corpos de paz da ONU preocupa muito o Governo do Haiti, que estuda aproveitar os recursos provenientes do alívio de sua dívida externa para melhorar a segurança no país em vez de dedicá-los para combater a pobreza, como assim reclamaram as ONGS.
Segundo o ministro de Finanças, Daniel Dorsainvil, o Haiti necessita modernizar sua polícia, construir prisões e formar juizes. "Uma das prioridades chave no orçamento deste ano será a segurança e o fortalecimento do sistema de justiça", disse Dorsainvil na reunião anual do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) na Guatemala.

Este organismo, com sede em Washington, fez acordo para perdoar uns 525 milhões de dólares da dívida do país para 2009, argumentando a posição do Haiti como a nação mais pobre do continente americano.

Este país, que é parte de um programa global mais amplo de alívio da dívida utilizado pelo Banco Mundial e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), receberá um perdão de 20 milhões de dólares nos próximos dois anos.

Grupos de pressão e ONG têm prometido continuar exortando o Governo haitiano para que dedique este dinheiro para ajudar as pessoas mais pobres, que não têm acesso à água potável, a remédios e a uma alimentação adequada.

quarta-feira, 9 de maio de 2007

O OLHAR DO CINEMA HAITIANO SOBRE RUANDA


Ruanda

A obra de Raoul Peck é marcada pelo tom da denúncia das mazelas provocadas pelo capitalismo. Um dos principais filmes escritos e dirigidos pelo cineasta haitiano é Às Vezes em Abril (Sometimes in April), de 2005, sobre a genocídio que tomou conta de Ruanda na década passada.

O filme é contemporâneo ao badalado Hotel Ruanda. Os dois atacam o descaso com a guerra civil no país africano, onde a etnia hutu massacrou a minoria tutsi, deixando mais de 1 milhão de mortos e mais de 3,5 milhões de refugiados.

No longa de Peck, um soldado hutu deserta por recusar participar do genocídio e também para tentar salvar a sua família tutsi. Além das imagens terríveis para as quais o mundo cobriu os olhos, o filme também visita o palco dos tribunais da ONU, dez anos depois, quando são julgados os seus criminosos de guerra.

Na opinião do crítico de cinema Luiz Carlos Merten, "Raoul Peck, que é negro e haitiano, é bom esclarecer, fez um filme no mínimo melhor e mais honesto do que o manipulativo e sentimental Hotel Ruanda".

Cineasta haitiano vai dirigir filme sobre vida de Karl Marx


08/05/2007

O filme cobrirá o período entre 1830 e 1848, incluindo o tempo que Marx passou em Paris antes de ser expulso para Bruxelas. A fase culmina com a publicação do Manifesto do Partido Comunista. "Marx era considerado um jovem gênio, mas foi uma época marcada também pelo nascimento de um grande movimento de pensadores", comentou Jacques Bidou, produtor do longa-metragem.

A história mostra uma parte pessoal da vida de Marx - incluindo seu amor por Jenny Von Westphalen, de origem aristocrática, com quem se casou em 1843. A amizade com Friedrich Engels, co-autor do Manifesto, também será retratada.

O elenco ainda não foi escalado. Bidou explicou que os atores terão de ser jovens, pois "Raoul quer fazer esse filme para um público amplo". O filme custará 20 milhões de dólares e será todo rodado em inglês. As filmagens vão acontecer entre França, Alemanha, Bélgica e Luxemburgo. O objetivo é estrear no final deste ano.