
Os dados abaixo foram apresentados ao mundo há exatamente um ano, porém são resultantes de um Censo aplicado no ano de 2003, pouco antes de o presidente Jean Aristide ser retirado do país por tropas estadunidenses. Trata-se, portanto, do primeiro Censo Demográfico sobre o Haiti ao cabo de quase três décadas.
O documento revela, segundo dados que atualmente já são questionáveis, que metade da população haitiana tem menos de 20 anos, dos quais 33% sofrem com desemprego e o índice de matrículas escolares não alcança 49%. A mortalidade materna, ou seja, o número de mortes de mães, em decorrência da falta de cuidados médicos na hora de parto, é a mais alta de todo o continente: são 523 mortes em cada 100.000 nascimentos.
O Censo foi implementado em cinco etapas pelo Ministério das Finanças e pelo Instituto de Informática e Estatística haitianos e é o quarto realizado no país: 1950, 1971, 1982 e 2003.
Hoje, a nação haitiana possui 8,4 milhões de habitantes e também os indicadores sociais mais alarmantes do hemisfério: crescimento demográfico de 5% ao ano (pouquíssimo, dadas as mortes por inanição, violência e enfermidades causadas por falta de saneamento básico, sem contar a freqüência de desastres naturais que assolam a região e atingem em cheio um país que não possui sequer capa vegetal capaz de deter ventos e furacões). Além disso, cada mulher tem, em média, 4 filhos e a expectativa de vida é de 56 anos para mulheres e 53 para homens. A urbanização alcança míseros 40%, já debilitados por falta de manutenção, e somente 59% dos adultos são alfabetizados.
O drama do Haiti só piora, quando os estudos revelaram que uma entre 14 crianças morre antes de completar um ano de idade.
O Fundo das Nações Unidas para a População, que colaborou financiando o Censo, manifestou a necessidade de se dedicar mais recursos, principalmente à comunidade internacional, para a educação e saúde reprodutiva, dado o panorama em que se encontra a sociedade haitiana: eminentemente jovem. Não é exagero dizer que a população haitiana sente na pele o descaso e a crueldade das políticas internacionais do capitalismo e está sendo dizimada de modo vil.
Fontes:
Población: UNICEF 2001
Tasa promedio de crecimiento: (1995-2000) CEPAL
PIB per cápita: Panorama Social 1999-2000, CEPAL
Superficie: Almanaque The New York Times, 1999
Grupos étnicos: Idem, Contrastado con Guía del tercer mundo
Religiones: Idem
Mortalidad y alfabetismo: UNICEF, 2001
Pobreza: Panorama social CEPAL 99-2000
Desempleo: OIT Panorama Laboral 2000
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