segunda-feira, 23 de abril de 2007

Mulheres haitianas e o trabalho...


A diminuição da importância da agricultura nos últimos 10 anos afeta terrivelmente um grande número de mulheres haitianas. Essas mulheres formam parte da metade da força de trabalho agrícola no Haiti. Por isso muitas delas buscam alternativas como emprego em áreas urbanas, consituindo 75 % do trabalho no setor informal e 84% em pequenos negócios.

As mulheres haitianas lideram 40% das famílias, um número que vem subindo a partir dos anos 90 com todos os problemas econômicos e políticos que assolaram o país. 85% dessas mulheres ganha um dólar por dia.

A violência atinge severamente essas mulheres, dentre elas, mais de duas mil crianças na capital Porto Príncipe e 120000 menores que trabalham como empregadas domésticas em todo país. Essas ultimas sao as chamadas Restavek (reste avec = ficar com), meninas que sao "adotadas" virando praticamente escravas das familias.

Um relatório feito pela UNICEF em 2004 indicou que as gangues armadas recrutam crianças em um quarto das áreas inspecionadas. O número de crianças estupradas aumenta significantemente nas áreas urbanas e com o aumento da criminalidade, as mulheres - principalmente as que trabalham em pequenos comércios, as que vendem nos mercados e têm que se caminhar quilômetos de distância - são vítimas frequentes de crimes como seqüestro, estupro, e roubo.

por: Bertrand Njanja Fassu, chefe da Área de Proteção à Criança da Unicef no Haiti.

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