
Delegação ao Haiti apresenta relato da agressão de soldados da ONU
Judith Scherr [*]
De volta do Haiti, participantes de uma conferência de progressistas haitianos e apoiadores internacionais em Port-au-Prince relataram suas experiências do encontro com prisioneiros políticos recém-libertados da prisão, e também seus testemunhos de uma operação militar da ONU numa periferia miserável.
Para Jacques Depelchin, professor visitante na Universidade Berkeley e autor de "Silences in African History", entre outros trabalhos, Depelchin disse que sua compreensão do Haiti foi aprofundada com as histórias dos prisioneiros políticos libertados:“Eles tinham que ser esmagados...é isto que está acontecendo,” disse Depelchin, explicando o papel dos Estados Unidos e da França no Haiti. “O sistema jamais perdoou os escravos.”
Hoje há cerca de 9.000 soldados da ONU no Haiti. As tropas da ONU foram deslocadas em junho de 2004 para substituir os Marines dos EUA, que policiaram o país depois que os EUA derrubaram o presidente haitiano Jean-Bertrand Aristide em fevereiro de 2004. (O Departamento de Estado sustenta que Aristide pediu aos EUA que o retirassem do Haiti).
Estudos como o elaborado em 2004 por Thomas Griffin da Universidade de Miami e relatos recentes de haitianos e observadores estrangeiros têm acusado a ONU de conivência com crimes violentos da polícia, além de cometer eles próprios atos de violência.
Os delegados chegaram à conclusão de que a violência da ocupação da ONU sob o governo interino apoiado pelos EUA – de fevereiro de 2004 até abril de 2006 – continua até hoje, apesar da eleição do presidente René Préval...
Traduzido pelo CeCAC do original em inglês, disponível em:
http://www.berkeleydailyplanet.com/article.cfm?issue=09-08-06&storyID=25029
Veja também imagens da ocupação do Haiti em:
http://gallery.cmaq.net/album52
http://www.haitiaction.net/News/HIP/5_8_5/out/index.htm
Este relato se encontra em www.cecac.org.br
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